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Mesa-tenista Carlo Michell destacou que inteno do governo chega em boa hora |
Em homenagem aos atletas mineiros que competiram na Paralimpada de Londres, nessa tera-feira, no Palcio Tiradentes, o governador Antonio Anastasia afirmou o desejo de criar o Time Minas, para dar mais apoio ao paradesporto no estado. A iniciativa, cobrada pelos atletas durante a solenidade, visa a melhor preparao para os Jogos Paralmpicos do Rio’2016.
“ mais que um dever, uma obrigao nossa, depois de tantas conquistas dos atletas mineiros, a criao do Time Minas, que o primeiro o para que na Paralimpada’2016 tenhamos ainda mais atletas de Minas Gerais. uma iniciativa muito aqum do merecido por estes atletas, que superaram adversidades para ter performance espetacular em Londres”, afirmou Anastasia.
Seis competidores que estiveram na capital inglesa foram homenageados com medalhas de congratulao: Carlos Bart, Izabela Campos (atletismo), Deane Almeida (jud), Carlo Michell (tnis de mesa), Daniel Rodrigues e Rafael Medeiros (tnis em cadeira de rodas), alm de tcnicos e atletas-guia. Ao todo, foram 15 competidores mineiros em Londres, que ajudaram o Brasil na melhor campanha de sua histria, terminando na stima colocao geral, com 21 ouros, 14 prata e 8 bronzes.
“Hoje os estados apoiam atletas de ponta, como o Time Rio e o Time So Paulo. Esperamos que em Minas encaminhe a criao do Time Minas, para que a gente no chegue com uma ou duas medalhas, mas com oito, 10”, afirmou Carlo Michell, que treina em Jundia. Para Carluxo, como conhecido, a criao da equipe, exemplo de Rio e So Paulo, daria melhor e na preparao para os Jogos da capital fluminense.
APOIO Segundo o presidente do Comit Paralmpico Brasileiro (B), Andrew Parsons, a parceria entre a entidade e os estados tm sido fundamental para o desenvolvimento do paradesporto. “Primeiramente feito um convnio entre o B com os estados ou municpios. Eles entram com recursos financeiros e o B com a expertise tcnica. A gente faz um planejamento individualizado, com vrios modelos diferentes. No s a bolsa mensal que importante para o atleta, mas oferecer material, treinamento adequado e intercmbios”, explicou Parsons, presente nessa tera homenagem.
A falta deste acompanhamento apontada pelos atletas mineiros como o principal entrave na busca por melhores resultados. “A gente s consegue medir nossa performance quando temos contato com outros atletas. E, muitas vezes, ficamos isolados. S quando vamos treinar com o B que temos o estrutura adequada. Para alcanar medalhas no Rio preciso ter este acompanhamento no dia a dia”, lembra o atleta Carlos Bart.
Na cerimnia, o governo tambm afirmou que o Centro Olmpico, recm-inaugurado na Pampulha, tem estrutura para receber atletas com necessidades especiais e que existe a possibilidade de receb-los para treino j em 2013.
ENQUANTO ISSO...
Dilma quer grafia antigaO ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou h duas semanas que a presidente Dilma Rousseff quer vetar o uso do termo “paralmpico”, voltando a usar a expresso paraolmpico, considerada mais correta do ponto de vista gramatical. A palavra paraolimpada foi substituda em novembro de 2011 por determinao do B, que buscava uma aproximao com o termo em ingls “paralympic” e com outros pases de lngua portuguesa, como Portugal.
TRS PERGUNTAS PARA...
Andrew Parsons, presidente do Comit Paralmpico Brasileiro
As campanhas nas ltimas Paralimpadas ajudaram a mudar a forma de o brasileiro enxergar os portadores de necessidades especiais?“Sim, e importante este prestgio. Nesta Paralimpada eu senti que eles foram tratados com carinho, no carinho de piedade, mas de orgulho. Os brasileiros ficaram orgulhosos por eles. Em Braslia, quando fomos recebidos pela presidente Dilma Rousseff, teve fila de atleta olmpico para tirar foto com o Daniel Dias. o reconhecimento de que eles so profissionais de alto rendimento e que a deficincia uma das caractersticas, no a principal.”
Os resultados ajudam nesta mudana de percepo?“A gente s consegue o reconhecimento atravs do alto rendimento, tratando o deficiente como atleta que supera sua deficincia. No negando, mas trabalhando em cima dela para correr 200m em 21s, como fez o Alan Fonteles para vencer o Oscar Pistorius. Esta forma de encarar a deficincia ajuda a quebrar preconceito.”
Estes atletas so exemplos para as crianas com deficincia?O esporte precisa de dolos, referncias positivas. Com boas performances, voc inspira uma nova gerao de pessoas com deficincia a procurar o esporte. Quem apaixonado por futebol quer ser o novo Zico, o novo Ronaldo. A gente tem que permitir que a criana com deficincia aspire se transformar em um novo Clodoaldo Silva, um novo Daniel Dias. No estamos falando apenas em quadro de medalhas. Nosso objetivo universalizar a prtica esportiva para o portador de deficincia.”